Enquanto uns argumentam que a hidrelétrica - considerada a terceira maior do mundo - vai tirar o Brasil do sufoco, evitando apagões como o de 2001, outros acreditam que os benefícios trazidos por esse empreendimento será muito menor do que os impactos socioambientais de se embarreirar um dos maiores afluentes do rio Amazonas. Belo Monte é realmente necessária? Ou há alternativas sustentáveis, que causem menor impacto?
Belo Monte deve entrar em operação no ano de 2015. Com capacidade instalada de 11.233 MW, a usina representará uma adição de 4.571 MW médios de energia ao sistema elétrico brasileiro. Isso seria suficiente para abastecer 40% das residências brasileiras, criando quase 20 mil empregos diretos e inúmeros empregos indiretos.
Para efeito comparativo, se a mesma quantidade de energia fosse adquirida a partir de outras fontes, tais como eólica, solar e térmica (a gás, óleo e carvão), o custo anual para aquisição de energia de outras fontes, na melhor das hipóteses, dobraria. E caso o bagaço de cana fosse selecionado como opção para substituir essa geração, seria necessária uma área plantada adicional de 8 milhões de hectares.
Belo Monte teve seu reservatório reduzido substancialmente em relação ao passado, de forma a alagar cerca de 60% a menos do que a área prevista em seu projeto inicial. A título de comparação, enquanto a média nacional de área alagada é de 0,49 km² por MW instalado, a Usina de Belo Monte deverá contar com uma relação de apenas 0,04 km² por MW instalado. Além disso, dos 516 km2 de área inundada, cerca de 228 km2 (44%) correspondem ao próprio leito original do rio, e 124 km2 a florestas, não havendo alagamento em terras indígenas. Tais números revelam a preocupação com o meio ambiente e com os seres humanos que lá vivem.
Além disso, o Estudo de Impacto Ambiental de Belo Monte prevê a implantação de Unidades de Conservação em duas áreas situadas na margem direita do rio Xingu, permitindo a formação de um bloco contínuo de florestas, com uma área aproximada de 1,6 milhão de hectares, próximo às terras indígenas – o que equivale a quase três vezes a área do Distrito Federal.
Um compromisso de desenvolvimento regional do Xingu deverá ser cumprido. O edital do leilão determina que o concessionário invista R$ 500 milhões de reais num Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu.
Belo Monte deverá prover energia elétrica limpa e atrativa para atender às necessidades de desenvolvimento do país, além de gerar diversos postos de trabalho e contribuir sobremaneira para a conservação da fauna e da flora.
Matriz energética limpa
Enquanto no resto do mundo mais de 80% da geração de energia elétrica provém da queima de combustíveis fósseis, no Brasil a participação de fontes renováveis representa quase 90% da geração. Essencialmente, o Brasil possui a matriz elétrica mais limpa dentre as maiores economias do mundo.
De todas as opções para produção de energia elétrica, a hidroeletricidade é a que oferece condições mais favoráveis para fazer frente ao crescimento socioeconômico ocorrido e previsto para os próximos anos. De modo que sejam mantidas as condições de segurança energética do atendimento às necessidades de sua população e da crescente atividade econômica, fazem-se necessários grandes incrementos na oferta de energia elétrica a cada ano.
O atual parque nacional de geração de energia elétrica conta com uma capacidade instalada da ordem de 112 mil MW, e o aumento da demanda exige uma expansão anual de cerca de 6 mil MW.
O compromisso ambiental brasileiro ancora-se em uma das legislações ambientais mais restritivas e exigentes do mundo. O fator humano também é levado a sério na implantação de empreendimentos hidrelétricos, que invariavelmente geram milhares de empregos relacionados a estudos, projetos, construção, operação e manutenção.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) é um organismo com sede na cidade norte-americana de Washington; criado em 1945, seu objetivo é estabelecer a cooperação econômica em escala global. Sua atuação visa garantir estabilidade financeira, favorecer as relações comerciais internacionais, implantar medidas para geração de emprego e desenvolvimento sustentável e buscar formas de reduzir a pobreza.
Cada país possui uma cota de participação no fundo, estabelecida preliminarmente, o destaque é para os países desenvolvidos, que são os maiores cotistas; por essa razão, são eles que gerenciam o organismo.
Os empréstimos do FMI são concedidos aos países com problemas financeiros, para isso é preciso cumprir as metas estipuladas pelo organismo, nelas estão previstas a implantação, por parte do devedor, de: ajuste orçamentário, cortes nos gastos públicos, monitoramento da taxa cambial, barrar o consumo excessivo com a diminuição salarial, dentre outros.
Quando o FMI é acionado por um país em crise, agentes são enviados para analisar a situação financeira do mesmo e, a partir daí, direcionar as medidas que poderão contribuir para a resolução dos problemas. O principal objetivo desses agentes é evitar que tais problemas se alastrem e tomem proporções maiores, que possam repercutir internacionalmente na economia.
O Banco Mundial (World Bank) ou BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento) é uma agência das Nações Unidas criada em 1° de julho de 1944, a sede está localizada na capital dos Estados Unidos, Washington. Originalmente, foi criado com a finalidade de ajudar os países que foram destruídos na Segunda Guerra Mundial.
Hoje, aproximadamente 150 países membros participam na composição do capital do banco. O valor de cota e o direito de voto são determinados a partir do nível de participação no mercado mundial. O principal acionista é os Estados Unidos, fato que lhe concede o poder de veto em todas as decisões.
O Banco Mundial fornece financiamentos para governos, que devem ser destinados, essencialmente, para infraestura de transporte, geração de energia, saneamento, além de contribuir em medidas de desenvolvimento econômico e social.
Além de governos, empresas de grande porte podem adquirir empréstimos, porém, é necessário apresentar a viabilidade da implantação de projetos, além disso, o país de origem da empresa deve garantir o pagamento dos recursos.
A partir do texto responda:
a) Qual o objetivo do FMI? Como ele atua?
b) Qual o objetivo primeiro da criação do Banco Mundial?
c) Os empréstimos concedidos pelo BIRD são destinados principalmente para quê?
d) Quais os ajustes devem ser feitos pelos países para conseguirem empréstimos financeiros desses órgãos internacionais?
Urbanização na América Latina é "decepcionante", diz estudo da ONU
25/03 - 15:56 - Rodrigo de Almeida, iG Rio de Janeiro
Um relatório preliminar sobre o estado das cidades da América Latina e do Caribe, divulgado nesta quinta-feira durante o Fórum Urbano Mundial, no Rio, mostra duas tendências dissonantes na região. De um lado, uma urbanização crescente que tem permitido aumento na qualidade de vida, maior acesso a infraestrutura, serviços e emprego, melhoria na expectativa de vida, maior igualdade de gênero e avanço na democracia. Do outro lado, concentração econômica em poucas e grandes cidades, alto nível de pobreza e desigualdade e cidades dotadas de valores agregados per capita em patamar menor do que outras regiões do pla
A preocupação é maior na América Latina do que nas cidades caribenhas, diz o documento. “A rápida urbanização aliada à tecnologia e aos meios de transporte deu às cidades latinoamericanas conformações e escalas nunca antes vistas na história da humanidade, e estas formas são replicadas em outras regiões da Ásia e da África, daí a importância de conhecer melhor os processos e consequências, explicou a coordenadora do estudo, Cecilia Martínez Leal, durante a apresentação nesta quinta-feira.
Latinoamericanos e caribenhos emergem como os mais urbanizados e mais desiguais do planeta. Quatro em cada cinco pessoas vivem em cidades na região, mas o estudo identifica grandes diferenças entre os países e também entre os espaços urbanos. “O progresso tem sido muito mais rápido nas grandes cidades do que nos centros menores e nas áreas rurais”, afirma o estudo.
As primeiras foram beneficiadas nos últimos anos por pesados investimentos em infraestrutura e serviços, muitos dos quais por meio de empréstimos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Daí resulta um grande predomínio econômico das cidades. São Paulo é citada como um exemplo dessa força. Conta com cerca de 10% da população e produz 33,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – uma relação de 3,2. Empata com Bogotá, na Colômbia, mas perde para a também colombiana Medellín (3,4), a equatoriana Guayaquil (3,5). A relação, no entanto, às vezes pode ser enganosa: Brasília chega a 4,7, mas produz apenas 6% do PIB para uma população que chega a 1,3% do total do País.
Outros países exibem cidades das quais são ainda mais dependentes. É o caso do Panamá, onde a capital Cidade do Panamá produz 82,8% do PIB; Chile, onde a capital Santiago gera 80,9% das riquezas do País.
Baixo valor agregado
As cidades da região apresentam ainda um outro dado preocupante para a ONU. Concentram atividades de baixo valor agregado e com baixo estoque de capital. A isso se soma uma concentração populacional com pouco capital humano (em outras palavras: muita gente pouco qualificada).
Resultado: se Nova York tem um PIB per capita de mais de US$ 60 mil e Tóquio, US$ 33 mil, cidades como Buenos Aires, Cidade do México e Santiago do Chile apresentam resultados bem mais modestos (US$ 18 mil, US$ 16 mil e US$ 15,9 mil, respectivamente).
“O decepcionante sobre a urbanização na região é que a pobreza continua sendo muito comum”, diz o relatório. Em outro trecho, os autores afirmam que “a desigualdade na América Latina é preocupante”. Segundo o documento, “o país com menor desigualdade na América tem maior desigualdade que qualquer país da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), incluindo qualquer país do Leste da Europa”.
Essa desigualdade, afirma o estudo, leva a região a “enormes dificuldades para o desenvolvimento humano e a democracia”, além de reduzir “o impacto que o crescimento econômico pode ter sobre a pobreza”. Na apresentação, Jorge Torres, um dos autores, afirmou que boa parte da redução da pobreza nos últimos anos na região tem sido favorecida por aspectos macroeconômicos, e não estruturais. “Nossa urbanização é excludente”, ressaltou.
Com tamanha exclusão, o documento revela preocupação com o futuro da democracia na região. Os autores reconhecem o recente avanço na participação da mulher na força de trabalho das cidades, mas critica a legislação trabalhista que, “na maioria dos países está muito regulada, não conta com mecanismos que garantem sua aplicação”.
A sigla BRIC refere-se à inicial de Brasil, Rússia, Índia e China, países em processo de desenvolvimento que, segundo expectativa de alguns economistas, serão as maiores potências econômicas do planeta. É importante citar também México e Coreia do Sul, pois são países que, conforme análises de especialistas, apresentam potencial para se destacarem no cenário econômico mundial.
O termo BRIC surgiu em 2001 após um relatório do economista Jim O’Nill, do grupo Goldman Sachs. Conforme esse relatório, as quatro nações podem ficar entre as 10 principais economias do mundo até 2050.
É importante destacar que o BRIC não é um bloco econômico, e sim uma associação comercial, onde os países integrantes apresentam situações econômicas e índices de desenvolvimento parecidos, cuja união dessas nações visa à cooperação para alavancar suas economias em escala global.
Brasil, Rússia, Índia e China apresentam vários aspectos em comum, entre eles se destacam: Estabilidade econômica recente; Produto Interno Bruto (PIB) em constante ascensão; grande disponibilidade de mão de obra; mercado consumidor em alta; grande disponibilidade de recursos naturais; aumento nas taxas de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); valorização nos mercados de capitais; investimentos de empresas nos diversos setores da economia. Todos esses fatores contribuem para as expectativas desses países de se tornarem potências econômicas em médio prazo. O grande mercado consumidor é um elemento de fundamental importância nesse processo. Somados os integrantes do BRIC, aproximadamente 40% da população mundial reside nesses países.
Sob o ponto de vista histórico, o estudo do meio geográfico pode ser dividido em quatro momentos:
ERAS DO MEIO GEOGRÁFICO
Meios/períodos
Descrição
-Natural
-Meio em que viviam os humanos quando extraíam seus meios de subsistência da natureza, por intermédio da caça, da pesca e da coleta.
-Técnico
-Nessa fase, representada pela Revolução Agrícola, já era possível planejar um pouco mais a sobrevivência: os humanos viviam em comunidade, fixados num determinado lugar, e dividiam as tarefas entre seus membros. A domesticação dos animais tornou possível o deslocamento por longas distâncias, o contato entre outros grupos humanos e a troca de conhecimentos.
-Técnico-científico
-Há cerca de 250 anos, o avanço da ciência criou condições para a invenção de máquinas que modificaram radicalmente e com muita rapidez o modo de vida do planeta. A tecnologia adquiriu um papel cada vez mais importante. O conjunto das tecnologias envolvidas no processo de fabricação de mercadorias, produção de energia e circulação de pessoas foi resultado da aplicação prática dos conhecimentos científicos.
-Técnico-científico-informacional
-Essa fase é caracterizada pelo uso intensivo de tecnologias da informação.
Elaborado pelo prof. Washington, com base em informações da bibliografia citada.
Atualmente, a sociedade vive no meio técnico-científico-informacional, caracterizado pela utilização de tecnologias da informação (telecomunicações, informática, etc.).
A Câmara está na iminência de permitir a criação de mais dois Estados no País. Carajás e Tapajós podem surgir retirando a região sul e sudeste do Pará e a divisa do Estado com o Amazonas. Na noite de quarta-feira, deputados aprovaram requerimento para votar em regime de urgência os dois projetos para haver plebiscito nos municípios envolvidos, passo decisivo no processo de formação dos Estados. A decisão dos parlamentares sinaliza para aprovação dos projetos.
Pelas regras na Câmara, é mais difícil conseguir o regime de urgência - mínimo de 257 votos a favor com registro nominal - do que aprovar esse tipo de projeto, com maioria simples e sem exigência de registro de votos.
Os projetos de decreto legislativo, já aprovados pelos senadores, podem entrar na pauta ainda em abril. Concluída a votação na Câmara, serão promulgados, sem necessidade de sanção do presidente da República. E os plebiscitos devem ocorrer em 2011.
Se o resultado da consulta popular for positivo, um projeto de lei complementar terá de ser votado para disciplinar a forma de criação dos Estados. A votação na quarta-feira passada foi apertada e os projetos passaram quase no limite de votos.
O projeto de Carajás teve 261 votos a favor (4 a mais do que o mínimo), 53 votos contrários e 14 abstenções. No caso de Tapajós, foram 265 a favor, 51 contrários e 13 abstenções.
"Aberração"
O deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP) classificou de "aberração" a proposta de criação dos novos Estados. "Estamos criando mais gastos públicos", protestou. "Os Estados não são viáveis economicamente e quem vai bancar será a União." Ele apontou como aumento de despesas a necessidade de montar as estruturas como o palácio do governo, tribunais de contas e assembleias legislativas.
O deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA) contestou o tucano, apresentando tabela comparativas do IBGE. O desmembramento de Goiás para dar lugar ao Tocantins resultou, segundo o levantamento, em crescimento de 155% do PIB no período de 1988 a 2006, para os dois Estados, enquanto o crescimento registrado no País foi de 58% do PIB. Crescimento também foi registrado em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, após a divisão.
A área de Tapajós ocupa 58% do Estado do Pará. Menos extenso, mas com a maior reserva de minério e a represa de Tucuruí em seu território, a região conhecida por Carajás tem tamanho semelhante ao Equador e um pouco maior do que a Inglaterra. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo
A globalização é o fenômeno mais recente da economia capitalista mundial. É o resultado da evolução da técnica e da ciência, da eficiência dos meios de transportes e comunicações e da construção de instituições supranacionais que lhe dão sustentação, como a OMC (Organização Mundial do Comércio) e os diversos blocos econômicos regionais que, há pouco mais de uma década, estão em processo de consolidação. Caracteriza-se pela liberdade de circulação de mercadorias, capitais e serviços entre os países.
Hoje, mais do que nunca, o mercado é controlado pelas grandes corporações multinacionais, que têm investimentos espalhados pelos cinco continentes, e o Estado acaba sendo um instrumento de expressão dessas corporações.
O mundo globalizado definiu uma nova organização do espaço geográfico, com impacto em todas as regiões do mundo, ampliando as diferenças entre os países desenvolvidos e sub-desenvolvidos e entre as classes sociais no interior de cada um deles. As conquistas técnicas e científicas promovidas por essa nova fase do capitalismo mundial ficaram fora do alcance de muitos.
Diversos movimentos surgiram em todo o mundo, em razão das conseqüências negativas ocasionadas pela globalização, as quais atingiram todos os países, incluindo os desenvolvidos. Tais movimentos partem do princípio que as multinacionais conquistaram tanto poder que estão moldando o mundo segundo seus interesses econômicos.
Existem normas rígidas que organizam o comércio mundial de mercadorias e de serviços. Essas normas são definidas e controladas pela OMC, que, teoricamente, tem poder de decisão sobre todo o comércio mundial, embora prevaleçam na aplicação dessas normas, os interesses das grandes potências mundiais.
As regras da OMC têm por objetivo promover maior fluxo de mercadorias e serviços entre os países que dela fazem parte, principalmente pela redução das barreiras tarifárias, já que a globalização exige mercados mais abertos à circulação de bens e serviços.
Quando defendem seus interesses econômicos, os países desenvolvidos estão garantindo, sobretudo, espaço para a expansão das corporações multinacionais. Já os subdesenvolvidos disputam seus investimentos, abrindo seus mercados, reduzindo ou isentando o pagamento de impostos, doando terrenos com todas as estruturas necessárias como transportes, comunicação, saneamento, etc., para atrair a instalação de filiais dessas grandes corporações.
Fonte: Território e Sociedade no Mundo Globalizado. Elian Alabi Lucci. Editora Saraiva, 2005. (com adaptações)
fonte
Agora Responda:
a) Quais são os principais objetivos da OMC (Organização Mundial do Comércio)?
A Globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos econômicos, sociais, culturais e políticos. Com isso, gerando a fase da expansão capitalista, onde é possível realizar transações financeiras, expandir seu negócio até então restrito ao seu mercado de atuação para mercados distantes e emergentes, sem necessariamente um investimento alto de capital financeiro, pois a comunicação no mundo globalizado permite tal expansão, porém, obtêm-se como conseqüência o aumento acirrado da concorrência. Afeta todas as áreas da sociedade, principalmente comunicação, comércio internacional e liberdade de movimentação, com diferente intensidade dependendo do nível de desenvolvimento e integração das nações ao redor do planeta.
A globalização tem sua face mais visível na internet, a rede mundial de computadores, possível graças a acordos e protocolos entre diferentes entidades privadas da área de telecomunicações e governos no mundo. Isto permitiu um fluxo de troca de idéias e informações sem critérios na história da humanidade. Se antes uma pessoa estava limitada a imprensa local, agora ela mesma pode se tornar parte da imprensa e observar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas como fator de limitação a barreira lingüística.
Outra característica da globalização das comunicações é o aumento da universalização do acesso a meios de comunicação, graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente celulares e os de infra-estrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e incremento geral da qualidade graças a inovação tecnológica. Hoje uma inovação criada no Japão pode aparecer no mercado português ou brasileiro em poucos dias e virar sucesso de mercado.
Redes de televisão e imprensa multimídia em geral também sofreram um grande impacto da globalização. Um país com imprensa livre hoje em dia pode ter acesso, alguma vezes por televisão por assinatura ou satélite, a emissoras do mundo inteiro, desde NHK do Japão até Cartoon Network americana.
O acesso instantâneo de tecnologias, principalmente novos medicamentos, novos equipamentos cirúrgicos e técnicas, aumento na produção de alimentos e barateamento no custo dos mesmos.
Para o prêmio nobel em economia Stiglitz, a globalização, que poderia ser uma força propulsora de desenvolvimento e da redução das desigualdades internacionais, está sendo corrompida por um comportamento hipócrita que não contribui para a construção de uma ordem econômica mais justa e para um mundo com menos conflitos.
Os efeitos no mercado de trabalho da globalização são evidentes, com a criação da modalidade de outsourcing de empregos (terceirização) para países com mão-de-obra mais baratas para execução de serviços que não é necessário alta qualificação, com a produção distribuída entre vários países, seja para criação de um único produto, onde cada empresa cria uma parte, seja para criação do mesmo produto em vários países para redução de custos e ganhar vantagem competitivas no acesso de mercados regionais.
A globalização, por ser um fenômeno espontâneo decorrente da evolução do mercado capitalista não direcionado por uma única entidade ou pessoa, possui várias linhas teóricas que tentam explicar sua origem e seu impacto no mundo atual.
A rigor, as sociedades do mundo estão em processo de globalização desde o início da História, acelerado pela época dos Descobrimentos. Mas o processo histórico a que se denomina Globalização é bem mais recente, datando (dependendo da conceituação e da interpretação) do colapso do bloco socialista e o conseqüente fim da Guerra Fria (entre 1989 e 1991), do refluxo capitalista com a estagnação econômica da URSS (a partir de 1975) ou ainda do próprio fim da Segunda Guerra Mundial.
No geral a globalização é vista por alguns cientistas políticos como o movimento sob o qual se constrói o processo de ampliação da hegemonia econômica, política e cultural ocidental sobre as demais nações. Ou ainda que a globalização é a reinvenção do processo expansionista americano no período pós guerra-fria (esta reinvenção tardaria quase 10 anos para ganhar forma) com a imposição (forçosa ou não) dos modelos políticos (democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e econômico (abertura de mercados e livre competição).
Vale ressaltar que este projeto não é uma criação exclusiva do estado norte-americano e que tampouco atende exclusivamente aos interesses deste mas também é um projeto das empresas, em especial das grandes empresas transnacionais, e governos do mundo inteiro. Neste ponta surge a inter-relação entre a Globalização e o Consenso de Washington.
Apesar das contradições há um certo consenso a respeito das características da globalização que envolve o aumento dos riscos globais de transações financeiras, perda de parte da soberania dos Estados com a ênfase das organizações supra-governamentais, aumento do volume e velocidade como os recursos vêm sendo transacionados pelo mundo, através do desenvolvimento tecnológico etc.
A globalização é um fenômeno moderno que surgiu com a evolução dos novos meios de comunicação cada vez mais rápidos e mais eficazes. Há, no entanto, aspectos tanto positivos quanto negativos na globalização. No que concerne aos aspectos negativos há a referir a facilidade com que tudo circula não havendo grande controle como se pode facilmente depreender pelos atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos da América; qualquer fenômeno que acontece num determinado país atinge rapidamente outros países criando-se contágios que tal como as epidemias se alastram a todos os pontos do globo como se de um único ponto se tratasse. Os países cada vez estão mais dependentes uns dos outros e já não há possibilidade de se isolarem ou remeterem-se no seu ninho pois ninguém é imune a estes contágios positivos ou negativos. Como aspectos positivos, temos sem sombra de dúvida, a facilidade com que as inovações se propagam entre países e continentes, o acesso fácil e rápido à informação e aos bens.
O espaço geográfico, a superfície terrestre como moradia da humanidade, consiste, antes de tudo, numa interação entre as sociedades humanas e o seu meio ambiente. Esse meio ambiente é composto de áreas nas quais predominam a natureza original e outras — que se
expandem a cada dia — onde existe um meio alterado pela ação humana, pelas suas obras ou construções.
Algumas sociedades, como as tribos indígenas,têm como meio ambiente a natureza pouco modificada, à qual se adaptam. Porém, especialmente a partir da Revolução Industrial, que se iniciou em meados do século XVIII, a sociedade moderna tem como meio ambiente
uma natureza humanizada (alterada, modificada), cuja evolução — as construções, a economia, as relações dos seres entre si e com a natureza — depende essencialmente dela própria, de seus interesses econômicos ou políticos e do nível de seu
desenvolvimento tecnológico, e não mais dos acontecimentos naturais (climas, solos, rios, etc).
É lógico que a natureza continua a ser a base da vida, inclusive a humana, e existem fenômenos catastróficos e incontroláveis sobre os quais a humanidade possui pouco, ou às vezes praticamente nenhum, controle: mudanças climáticas, abalos sísmicos e vulcanismo, meteoritos que caem na Terra, alterações na radiação solar, etc. Mas, comparando com o passado, quando a humanidade tinha um arsenal científico e tecnológico bem menos avançado, o nosso controle sobre a natureza, mesmo que parcial, é bem maior hoje em dia,
de tal maneira que até mesmo nos preocupam as conseqüências negativas das nossas ações sobre a superfície terrestre.
Podemos então afirmar que o espaço geográfico dos nossos dias é, acima de tudo, o resultado da ação humana sobre a natureza. Conseqüentemente, a sociedade humana e a natureza são os elementos fundamentais para a construção e a transformação (ou reorganização) do espaço geográfico.
CATEGORIAS DE ANALISE DO ESPAÇO
GEOGRÁFICO:
Segundo Milton Santos (1985) o espaço deve ser analisado a partir das categorias: Estrutura, Processo, Função e Forma, que deve ser considera em suas relações dialéticas.
Forma: é o aspecto visível, exterior, de um objeto, seja visto isoladamente, seja considerando-se o arranjo de um conjunto de objetos, formando um padrão espacial. Uma casa, um bairro, uma cidade e uma rede urbana são formas espaciais em diferentes escalas.
Função: implica em uma tarefa, atividade ou papel a ser desempenhado pelo objeto criado, a forma. Habitar, vivenciar o cotidiano me suas múltiplas dimensões – trabalho, compras, lazer, etc – são algumas funções associadas à casa, ao bairro, a cidade e a rede urbana.
Estrutura: diz respeito à natureza social histórica e econômica de uma sociedade em um determinado momento do tempo; é a matriz social onde as formas e funções são criadas e justificadas.
Processo: uma ação que se realiza, via de regra de modo continuo, visando um resultado qualquer, implicando tempo e mudança.
CATEGORIAS DE ANALISE DA GEOGRAFIA:
PAISAGEM: É tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança. Esta pode ser definida como o domínio do visível, porém não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.
TERRITÓRIO: [...] um espaço onde se projetou um trabalho, seja energia e informação, e que, por conseqüência, revela relações marcadas pelo poder. (...) o território se apóia no espaço, mas não é o espaço. É uma produção a partir do espaço. Ora, a produção, por causa de todas as relações que envolve, se inscreve num campo de poder [...] (RAFFESTIN, 1993, p.144).
• Territorialização:
• Desterritorialização:
• Reteritorialização:
LUGAR: É principalmente um produto da experiência humana: “(...) lugar significa muito mais que o sentido geográfico de localização. O “lugar é um centro de significados construído pela experiência” (Tuan, 1975).
NÃO LUGAR ( DESLUGAR): Conceito criado para designar as formas estandartizadas, repetidas e com uniformidade de seqüência, como os conjuntos habitacionais e algumas lanchonetes fast food distribuídas ao longo das estradas.
REGIÃO:
É uma realidade física concreta, ela existe como um quadro de referencia para a população que ai vive. (VIDAL DE LA BLACHE)
Formação sócio-espacial e é concreta e histórica, produto e meio de produção e reprodução espacial (Geografia Marxista)
Tem a região a partir dos sentimentos de pertencimento, mentalidades regionais, um quadro de
referencia na consciência das sociedades como um código social.( Geografia Humanistica)
Do alto, do solo ou da água, a Amazônia é um impacto para os olhos. Por seus 5,5 milhões de quilômetros quadrados espalha-se uma biodiversidade sem paralelos. É ali que mora metade das espécies terrestres do planeta. Só de árvores, são pelo menos 5 mil espécies. De mamíferos, passa das 300. Os pássaros somam mais de mil, e os insetos chegam a milhões.
Sob as superfícies negras ou barrentas dos rios amazônicos, 3 mil espécies de peixes deslizam por 25 mil quilômetros de águas navegáveis: é a maior bacia hidrográfica do mundo. Às suas margens, vivem cerca de 20 milhões de pessoas, incluindo 220 mil indígenas de 180 etnias distintas, ribeirinhos, extrativistas e quilombolas.
Além de garantir a sobrevivência desses povos, fornecendo alimentação, moradia e medicamentos, a Amazônia tem uma relevância que vai além de suas fronteiras. Ela é fundamental no equilíbrio climático global e influencia diretamente o regime de chuvas do Brasil e da América Latina. Sua imensa cobertura vegetal estoca entre 80 e 120 bilhões de toneladas de carbono. A cada árvore que cai, uma parcela dessa conta vai para os céus.
Grandes também são as ameaças
Maravilhas à parte, o ritmo de destruição segue par a par com a grandiosidade da Amazônia. Desde que os portugueses pisaram aqui, em 1550, até 1970, o desmatamento não passava de 1% de toda a floresta. De lá para cá, em apenas 40 anos, o número saltou para 17% – uma área equivalente aos territórios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Foi pela década de 1970 que a porteira se abriu. Numa campanha para integrar a região à economia nacional, o governo militar distribuiu incentivos para que milhões de brasileiros ocupassem aquela fronteira “vazia”. Na corrida por terras, a grilagem falou mais alto, e o caos fundiário virou regra difícil de ser quebrada até hoje.
A governança e a fiscalização deram alguns passos. Mas em boa parte da Amazônia, os limites das propriedades e seus respectivos donos ainda são uma incógnita. Os órgãos ambientais correm atrás de mapas adequados e de recursos para enquadrar os que ignoram a lei. Mas o orçamento para a pasta não costuma ser generoso. O resultado, visto do alto, do solo ou das águas, também é impactante.
Embora a Amazônia seja o bioma brasileiro que apresenta uma grande área ainda preservada, isso não que dizer que ela esteja longe das ameaças de devastação. Aliás, a devastação tornou-se uma constante na região o que coloca em constante ameaça o maior berço genético do planeta. A cobiça desenfreada e ambiciosa sobre a Amazônia vem gerando grandes riquezas para um pequeno grupo de agentes hegemônicos como as grandes empresas mineradoras e as que atuam no setor agropecuário, bem como as madeireiras. Isso pode ser percebido com a expansão do desmatamento para dar lugar as pastagens ou mesmo para o aproveitamento da madeira e consequentemente para especulação fundiária. Outra grande ameaça ao ecossistema amazônico é o avanço da soja sobre a região que se alastra de forma predatória, principalmente na região do baixo amazonas. Na carona da devastação ambiental vem os problemas sociais como a exclusão, a marginalização de populações tradicionais que não estão incluídos no atual processo de inserção da Amazônia da cobiça-mundo. Dentro deste contexto riqueza e pobreza na Amazônia são notas de uma mesma música, a música mercadológica excludente.